Archive for 2011

Derrida e suas memórias preservadas




" 'Não há nada que me faça gostar mais do que relembrar a minha própria memória', afirmou Jacques Derrida no estudo biográfico feito por ele em 1984. sobre o seu amigo também falecido, o filósofo Paul de Man. Ainda na mesma época, Derrida confessou: 'Eu nunca soube como contar uma história'. Essas duas características estão longe de ser contraditórias para o autor.  Como ele próprio diz sobre si mesmo: 'É exatamente porque mantém a memória que ele perde a narrativa.'
(...)
 Em 1970, a mãe do Derrida morreu de câncer aos 70 anos de idade. No ano seguinte, Derrida retornou a Argélia, pela primeira vez desde a independência do país, dando uma série de palestras na Universidade de Argel. Durante a estada, aproveitou a oportunidade para visitar a vila à beira-mar onde nasceu, seu jardim de infância e muitos outros lugares de sua memória. Sua nostalgia se tornaria ainda mais pungente devido à morte de sua mãe. Referências enigmáticas a esses lugares de seu passado e indicações oblíquas dos seus sentimentos em relação a eles começaram então a aparecer com frequência crescente em sua obra. Mas por que esse esquivamento quando já não tinha nada a esconder? Aparentemente, expressar tais sentimentos de forma direta iria diminuí-los. A vitalidade deles seria limitada somente pela tentativa de abrangê-los em palavras, as quais teriam vivido entre a realidade de suas memórias. Mais uma vez vemos o pharmakon, que tanto cura como envenena, trai e estimula nossa memórias. O pharmakon, ou escritura, é como o coringa, a carta irregular do baralho. Pode não significar coisa alguma. Palavras são diferenças, e não identidade. Deveríamos estar olhando para o quanto as palavras podem significar, não tentando ver o que elas significam. Derrida deseja manter sua memória intactas: a razão para seu intencional esquivamento om relação a sua autobiografia fica clara."

Trecho do livro "Derrida em 90 Minutos"

terça-feira, 15 de novembro de 2011 by Unknown
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Ilustração Nanohikakou

Grande exemplo de arte com claras expressões do sofrimento jovial, ante a afeição, a solidão, com o traço japonês. Nela, também possui serenas e bem aplicadas "teias" (e "veias", e "rizomas") que formam interligações entre personagens e cenários.Nanohikakou também possui desenhos bem humorados. Mas o mais poderoso em suas ideias está aonde seus sentimentos são jogados à suas personagens.




"Em seu coração, dois passaros. Quando um deles morre, o outro entristece, e também morrerá."


"Eu permanecerei aqui..."


Fright flight...
"Hora de voar com as suas próprias asas"


Hides in the deep
"Se escondendo em sua própria casca"


"Ela não se esqueceu de mim..."


"Casada com a dor"


"Pois ela não pode... Subir nas escadas do sucesso."

Rushes Through his veins 
"Seu veneno correndo sobre as minhas veias."



"Quando a sua mente não permanece mais, aqui."


"Não me deixe ir."


"Continue acreditando... Em paz."

domingo, 6 de novembro de 2011 by Unknown
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E o ovo?

O ovo é coisa que precisa tomar cuidado. Por isso a galinha é o disfarce do ovo. Para que o ovo atravesse os tempos a galinha existe. Mãe é para isso. – O ovo vive foragido por estar sempre adiantado demais para a sua época. – O ovo por enquanto será sempre revolucionário. – Ele vive dentro da galinha para que não o chamem de branco. O ovo é branco mesmo. Mas não pode ser chamado de branco. Não porque isso faça mal a ele, mas as pessoas que chamam ovo de branco, essas pessoas morrem para a vida. Chamar de branco aquilo que é branco pode destruir a humanidade. Uma vez um homem foi acusado de ser o que ele era, e foi chamado de Aquele Homem. Não tinham mentido: Ele era. Mas até hoje ainda não nos recuperamos, uns após outros. A lei geral para continuarmos vivos: pode-se dizer “um rosto bonito”, mas quem disser “O rosto”, morre; por ter esgotado o assunto.

(Trecho de "O Ovo e a Galinha", Clarice Linpector.
PS: Obviamente que um trecho não explica o significado definitivo deste texto, que nem mesmo ela entendeu, e nem pareceu querer entender. Nem eu. Motivos sensatos.)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011 by Unknown
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Ilustração Agnes Cecile

Link:
http://agnes-cecile.deviantart.com/


Antimonocromatismo
"Onde estã as minhas cores?"


I don't need of anybody


In these hands


Be consumed by anything 



Drawing Restraint II


Esplosione


Glorious wounds


La nostra infinita abnegazione


Lines hold ther memories


Quando encontri un angelo


Sorridi 

This little noise


Unhealthy Pain


Volonta di violenza


Cicatrici

domingo, 9 de outubro de 2011 by Unknown
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Infância de Deleuze (Trecho do Abecedário)





Entrevistadora: Para fechar a infância, senão não terminamos nunca, a sua parece ter tido pouca importância para você. Você não fala dela e nem é uma referência. Temos a impressão de que a infância não é importante para você. 


Gilles Deleuze: Sim, claro. É quase em função de tudo o que acabo de dizer. Acho que a atividade de escrever não tem nada a ver com o problema pessoal de cada um. Não disse que não se deve investir toda a sua alma. A literatura e o ato de escrever têm a ver com a vida. Mas a vida é algo mais do que pessoal. Na literatura, tudo o que traz algo da vida pessoal do escritor é por natureza desagradável. É lamentável, pois o impede de ver, sempre o remete para seu pequeno caso particular. Minha infância nunca foi isso. Não é que eu tenha horror a ela! Mas o que me importa, na verdade, é como já dizíamos: "Há o devir-animal que envolve o homem e o devir-criança". Acho que escrever é um devir alguma coisa. Mas também não se escreve pelo simples ato de escrever. Acho que se escreve porque algo da vida passa em nós. Qualquer coisa. Escreve-se para a vida. É isso. Nós nos tornamos alguma coisa. Escrever é devir. É devir o que bem entender, menos escritor. É fazer tudo o que quiser, menos arquivo. Respeito o arquivo em si. Neste caso, sim, quando é arquivo. Mas ele tem interesse em relação a outra coisa. Se o arquivo existe é justamente porque há uma outra coisa. E, através do arquivo, pode se entender alguma coisinha desta outra coisa. Mas a simples idéia de falar da minha infância — não só porque ela não tem interesse algum — me parece o contrário de toda a Literatura. Se me permite, vou ler uma coisa que já li mil vezes e que todos os escritores já disseram. Mas vi este livro ontem, eu não o conhecia. É de um grande poeta russo, Mandelstam. Eu o estava lendo ontem. 


Entrevistadora: Ele tem um nome lindo, poderia dizê-lo. 


Gilles Deleuze: Sim, é Ossip. Nesta frase, ele diz... É o tipo de frase que me transtorna. E o papel do professor é este: comunicar e fazer com que crianças apreciem um texto. Foi o que Halbwachs fez por mim. Ele diz que não entende que alguém como Tolstoi se apaixone por arquivos familiares. Ele continua. 


"Eu repito: a minha memória não é amor, mas hostilidade. Ela trabalha não para reproduzir, mas para afastar o passado. Para um intelectual de origem medíocre, a memória é inútil. Basta-lhe falar dos livros que leu e sua biografia está feita. Dentre as gerações felizes, onde a epopéia fala através de hexâmetros e crônicas, para mim, parece um sinal de pasmaceira. Entre mim e o século, há um abismo, um fosso repleto de tempo fremente. O que queria dizer a minha família? Eu não sei. Era gaga de nascença e, no entanto, tinha algo a dizer. Sobre mim e muitos dos meus contemporâneos, pesa a gagueira de nascimento. Aprendemos não a falar, mas a balbuciar. Foi só quando demos ouvidos ao barulho crescente do século e fomos embranquecidos pela espuma de sua crista que adquirimos uma linguagem".


Para mim, isso quer dizer que... Quer dizer de fato que escrever é mostrar a vida. É testemunhar em favor da vida, dos idiotas que estão morrendo. É gaguejar na língua. Fazer literatura apelando para a infância é tornar a Literatura parte de seu caso particular. É fazer literatura barata, são os best-sellers. É realmente uma porcaria. Se não se leva a linguagem até o ponto em que se gagueja — o que não é fácil, pois não basta gaguejar assim — , se não se vai até este ponto. Na Literatura, de tanto forçar a linguagem até o limite, há um devir animal da própria linguagem e do escritor e também há um devir criança, mas que não é a infância dele. Ele se torna criança, mas não é a infância dele, nem de mais ninguém. É a infância do mundo. Os que se interessam pela sua própria infância que se danem e que continuem a fazer a Literatura que eles merecem. Se há alguém que não se interessa por sua própria infância, este alguém é Proust. A tarefa do escritor não é vasculhar os arquivos familiares, não é se interessar por sua própria infância. Ninguém se interessa por isso. Ninguém digno de alguma coisa se interessa por sua infância. A tarefa é outra: devir criança através do ato de escrever, ir em direção à infância do mundo e restaurar esta infância. Eis as tarefas da Literatura.

by Unknown
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Paciência

Cada delicado detalhe a se construir
Nada frenético, nem tão rápido.
Apenas bem arrumado.
Complexo,
Mas torna-se bem feito.

(Imagem de Cedarseed)

terça-feira, 27 de setembro de 2011 by Unknown
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Psique maldita

Confesso
Que não perdi
Ainda
Toda a vontade
De ter
A fotografia
De toda
A humanidade



(Madredeus - Anseio)


(Imagem de Xxephan)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011 by Unknown
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Passos /hm

"E agora caminho e predestino-me
Criando mitos
Formando flocos de neve que cai
Rumo a sensações anacrônicas."

domingo, 21 de agosto de 2011 by Unknown
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"Primo, por que ele inventa essas mentiras?"

"Bem, minha hipótese, é que ele é um entediado.
Pessoas entediadas criam mentiras e inventam histórias para tornar sua vida mais interessante.
E podem fazer até pessoas acreditarem nele, e podem até criar situações malucas... Apenas pela sensação de ver o que acontece."

 (Ailton Lucena Filho falando para sua prima, sobre um suposto comportamento de uma pessoa.)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011 by Unknown
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Quais versos?


No fundo, eu não gosto de versos, quando ele mostra modestas vaidades.
Nem gosto de quem cita sentimentos com elas, quando é feito por só querer ser bela.
Na verdade, eu gosto é de versos sinceros
Ela nem precisa ser bela
É só ser sincera.

sábado, 13 de agosto de 2011 by Unknown
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Desatenção

Amigos, minha alma parece gritar
"Caminhe, caminhe
e o resto, não se importe."
Mas que isso não é o que eu quero, é verdade.

E dai vou eu

Vocês  me perguntam algo e eu
Há, o que dizia?
(hum, lembrei que tenho que fazer algo.)
O que?
(Puts, tenho que estudar aquilo)
Hãã?
(PERAE, ESQUECE O ESTUDO, PRECISO ENTENDER O QUE ELE FALARAM)
Repita!
(vamos lá, concentração...)
Repita mais uma vez.
(Ah, entendendo!)

Ah, sim. Entendi.
E explico a sua pergunta.

Assim vou apreciar alguma arte.
E observo.

AILTONVOCÊMEESCUTAAILTONAILTONMASSAESSEQUADROFILMELEGALQUALASUAOPINIÃONESTACENA?AILTONAILTONTÁMEOUVINDOALOALOAILTONTÁMEOUVINDO?AILTOOOOOOOOOOOOOOOOOONEITAAZUADOLOLAILTONSOUBEDOASSUNTOTALETALAILTONESTUDOUOLIVRO?AILTON?
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Assim um mundo em que sou tão concentrado, torna-se mais e mais fascinante. E algo espontâneo passa tão desastrosamente para mim.

terça-feira, 9 de agosto de 2011 by Unknown
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Pense rápido!

Raciocinar de forma veloz pode melhorar o humor

Quando alguém tem um dia ruim, geralmente recebe conselhos para imaginar coisas boas e positivas. Um novo estudo, porém, mostra que na verdade a solução pode ser pensar de forma veloz. Durante o estudo, pesquisadores das Universidades Harvard e de Princeton, nos Estados Unidos, pediram a voluntários que criassem em dez minutos o maior número possível de ideias (boas ou ruins) para solucionar um problema. Em outros experimentos os participantes deveriam ler um texto rapidamente ou assistir a um videoclipe em ritmo acelerado.


Após analisarem os resultados, os pesquisadores observaram que a agilidade de pensamento fez as pessoas se sentirem mais exultantes, criativas e, em menor grau, mais enérgicas e poderosas. “Atividades que promovem o raciocínio rápido, como resolver palavras cruzadas fáceis ou refletir por pouco tempo sobre uma ideia, podem melhorar o humor”, reforça a psicóloga Emily Pronin, a autora do trabalho.


Não está claro, ainda, por que os pensamentos acelerados afetam o humor, mas normalmente as pessoas acham que raciocinar rápido é sinal de felicidade. Essa crença pode levar a uma dedução instintiva: se estamos pensando rápido, devemos estar contentes. Além disso, há trabalhos que indicam que tal atitude aciona a liberação de dopamina, envolvida em sensações de prazer e bem-estar. Os pesquisadores concordam que a alegria obtida com pensamentos rápidos pode ser transitória, mas afirmam que “pequenas explosões”, diversas vezes ao dia, resultam em ganho emocional.

Retirado do Mente & Cerebro

domingo, 31 de julho de 2011 by Unknown
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Visão de ateístas, visão de teístas.

X_x


Imagem retirada no Bule Voador

by Unknown
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Ilustrações "i love noodle"

Post original do Tumbrl do Ziguratt
Fotos via ilovenoodle

Dare to Dream



“Aligattor is a Japanese”




“Energy Saver




“Everyone poops”




“Family Tragic”




“Good News”




“Happy ever after




“Hibearnation”


sábado, 30 de julho de 2011 by Unknown
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Lost in play





Lost in Play
(Art by Kim Noble)





















A arte de descontrair e se divertir, só para parecer ser divertido. E mesmo não sendo... Bem, ao menos, podemos fingir que é.

quinta-feira, 28 de julho de 2011 by Unknown
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"Os dez novos testamentos"


Feito por Richard Dawkins, autor do livro "God, a delusion (Deus, um delirio)"

quarta-feira, 27 de julho de 2011 by Unknown
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O Humanismo de um pastor protestante: Jorge Bertolaso Stella

Autor: André Tadeu de Oliveira
Post original: Bule Voador.



Alguns líderes eclesiásticos cristãos, principalmente aqueles com maior influência na mídia, pautam sua atuação de acordo com valores claramente fundamentalistas. Além da constante luta contra causas humanistas, como o virulento embate direcionado aos direitos elementares da comunidade LGBT tão bem exemplifica, baseiam suas pregações religiosas na exclusividade.


São mestres na arte de demonizar o diferente. Fundamentalistas supostamente mais refinados, através de uma rigorosa análise teológica, qualificam irmãos da mesma tradição religiosa com rótulos absolutamente ultrapassados. Tal estratégia visa apenas aniquilar os supostos heterodoxos, alijando-os da instituição que tanto amam.




O outro grupo de fundamentalistas, mais popular e com forte penetração nas massas religiosas, não possui um discurso teológico tão “sofisticado” quanto o primeiro, mas através de uma forte presença midiática, aliada às inegáveis qualidades retóricas, arrebanha para si a opinião do vasto público religioso.


Tal realidade se faz presente em todos os grupos cristãos, do catolicismo-romano até a mais recente igreja neopentecostal.


Assim, nos dizeres do padre e sociólogo católico Pedro Ivo Oro, reproduzem o conhecido discurso de que “o outro seja o demônio”. O outro, no caso, é todo aquele que não se enquadra na suposta ortodoxia dominante, a saber: o seguidor de uma crença não cristã, o ateu, o agnóstico, o ecumênico, o simpatizante da teologia da libertação, o liberal, o neo-ortodoxo e etc.


Sabemos que a divergência no mundo das ideias não é apenas aceitável, mas é ferramenta fundamental para o desenvolvimento humano. Como bem dizia Nelson Rodrigues,toda unanimidade é burra”. No entanto, os fundamentalistas não encerram suas divergências no âmbito do pensamento, mas levam essas diferenças naturais ao ponto mais extremo, acabando, literalmente, com a vida de seus oponentes.


Diante deste triste quadro, é interessante trazer à memória a biografia de modernos líderes cristãos que trilharam um caminho visceralmente oposto ao citado acima. Este é o caso do saudoso Jorge Bertolaso Stella.

segunda-feira, 25 de julho de 2011 by Unknown
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Nem sempre todos estão certos, mas...

Algumas pessoas sentem-se atraídas por teorias intersubjectivistas, segundo as quais algo é de valor ou não dependendo de ser valorizado por uma comunidade de valorizadores. Se a valorização de um indivíduo não é suficiente para dar à coisa o seu valor real, contudo, é difícil ver por que razão o aval de um grupo terá mais peso. Se uma pessoa se pode enganar quanto ao valor, por que não podem cinco pessoas enganar-se, ou cinco mil? A história da arte, ou até a moral, parece um testemunho mais que suficiente da perspectiva de que uma sociedade inteira pode estar enganada.

Susan Wolf


...Mas irmãos, nada de usar isso como argumento, que fortaleça a convicção de suas teorias.

by Unknown
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Quantos pintores fazem isso?

"Eu pinto pessoas, não necessariamente pelo que elas parecem, não exatamente pelo que elas são, mas como eles deveriam ser."




Lucian Freud (1922 - 2011)

domingo, 24 de julho de 2011 by Unknown
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Walking Through the Empty age



Yoko Ishida - Walking Through the Empty age by AiltonSI



Caminhando perante a era vazia

É esse o fim da imensa trilha
Através da mente confusa?
É o fim do firmamento estrelado?
Estamos andando às cegas?


Este é o fim do caminho destroçado?
É a morte do tempo?
É o fim dos mares mentais azuis?
Estamos navegando às cegas?



(Trechos da 2ª Ending do anime Texhnolyze)




sexta-feira, 22 de julho de 2011 by Unknown
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A natureza da arte, por Dennis Dutton

Trecho garantido no Critica na Rede.
Adorei essa explicação feita por Dennis Dutton, sobre a arte.
(P.S: Texto imenso. MAIS IMENSO no link acima. Mas valeu a pena.)

"Pode-se reduzir os aspectos característicos encontrados transculturalmente nas artes a uma lista de itens nucleares, doze na versão apresentada em seguida, a que chamo critérios de reconhecimento. Alguns dos itens destacam aspectos de obras de arte, outros destacam qualidades da experiência da arte. Outros teorizadores propuseram listas semelhantes no propósito, embora não idênticas no conteúdo. Nestas se incluem listas publicadas em 1975 por E. J. Bond, Richard L. Anderson (1979 e repetidamente revista desde então), H. Gene Blocker (1993), Julius Moravcsik (1992), e Berys Gaut (2000).2 Publiquei duas predecessoras da presente lista (2000 e 2001).3 A minha lista presta-se portanto à correcção por meio do esclarecimento, permutação de itens, ampliação, ou redução. Os itens que nela constam não são escolhidos para satisfazer um propósito teórico preconcebido; pelo contrário, a finalidade destes critérios é proporcionar uma base neutra à especulação teórica. Pode-se descrever a lista como inclusiva no modo como refere as artes em várias culturas e épocas históricas, mas não é por essa razão um compromisso entre posições adversárias que se excluem mutuamente. Reflecte um domínio vasto de experiência humana que as pessoas identificam sem dificuldade como artística. David Novitz observou que “as formulações precisas e as definições rigorosas” pouco ajudam a captar o significado da arte transculturalmente.4 Não obstante, só porque, como afirma Novitz, não há “um só modo” de ser uma obra de arte, não se segue que os “muitos modos” contrários sejam tão irremediavelmente numerosos a ponto de não se poder especificá-los, mesmo que o domínio a que se referem seja tão irregular e multifacetado como o da arte. Na verdade, serem especificáveis, por mais que sejam abertos à discussão, é exigido pela própria existência de uma bibliografia sobre estética transcultural.
Uma lembrança de que, dada a existência de inumeráveis casos marginais, por “arte” e “artes” refiro-me a artefactos (esculturas, pinturas, e objectos decorados, tais como ferramentas ou o corpo humano, e partituras e textos considerados como objectos) e execuções (danças, música, e a composição e recitação de histórias). Quando falamos acerca de arte, concentramo-nos por vezes em actos de criação, por vezes nos objectos criados, noutras ocasiões referimo-nos mais à experiência que se tem destes objectos. Formular estas distinções é uma tarefa distinta. A lista consiste portanto nas características indicadoras da arte considerada como uma categoria universal, transcultural. Com isto não afirmo que qualquer item na minha lista pertence exclusivamente à arte ou à experiência que dela temos. Muitos destes aspectos da arte estão em continuidade com experiências e aptidões não artísticas; relembramos isto aqui entre parêntesis, na conclusão de cada entrada.

by Unknown
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Swallowtail on the death valley

kimi wa doresu wo matou
kage wo seotta ageha
yume wo ubatta kanraku no sabaku de



Você está usando um vestido;
Uma borboleta queimada, com uma sombra
No deserto do prazer, que roubou seu sonho.



(Trecho da música de The Gazette, Swallowtail on the Death Valley)

quinta-feira, 21 de julho de 2011 by Unknown
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O dogma anti-dogma

Fonte: Crítica na Rede

Autor: Desidério Murcho*
Fotos e modelo do post garantido pelo Bule Voador, blog oficial da LiHS

Todo o dogma é uma crença, mas nem toda a crença é um dogma. Uma  crença é qualquer representação, susceptível de ter valor de verdade,  que um agente cognitivo faz das coisas. Todos cremos, por exemplo, que  Hitler existiu e que a água nos mata a sede. Toda a fé é uma crença, mas  nem toda a crença é uma fé. A fé é uma crença especificamente  religiosa, e, como os dogmas, poderá ter outros elementos além dos  puramente epistémicos.


Os dogmas têm uma componente epistémica e uma componente psicológica,  e caracterizam-se pela relação pouco recomendável existente entre  ambas. A componente epistémica do dogma é ser uma crença que a pessoa  que a tem é incapaz de justificar adequadamente; a componente  psicológica é uma forte adesão, emocional ou pessoal, a essa crença. Uma  pessoa é tanto mais dogmática quanto maior discrepância existir entre a  força das razões ou justificações de que dispõe a favor de uma dada  crença e a força da sua adesão.

“uma pessoa ateia pode ser dogmática  se não tiver justificações adequadas  para isso, ao mesmo tempo que  adere veementemente ao seu ateísmo, como  parece o caso de Nietzsche”

Todos temos inúmeras crenças injustificadas ou inadequadamente  justificadas, pela simples razão de que nenhum de nós pode analisar  cuidadosamente todas as suas crenças. Assim, no que respeita à  justificação de crenças, é inevitável uma certa distribuição do trabalho  intelectual. Eu creio que a água é H2O, mas a minha  justificação a favor desta crença, ainda que adequada, é secundária, no  sentido em que se baseia no que os cientistas afirmam. Apesar de eu não  dispor de uma justificação epistemicamente primeira para esta crença,  não é um dogma para mim porque não tenho em relação a ela um apego  desproporcional: se amanhã eu ler uma notícia na Nature declarando que vários cientistas confirmaram que há um erro subtil que os fez pensar que a água era H2O quando na realidade é outra coisa qualquer, não terei dificuldade em abandonar a minha crença anterior.


by Unknown
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Lingua Negra

Um amigo, Jonathan, pediu para que escutasse uma banda nova, cujo novo trabalho foi lançado ontem. (20/ 07/2011). Sobre a Máquina (Clique neste link entrar no site com download do single)


Então, aqui estou, e fiz um pequeno ritual que eu faço: deito-me agradavelmente no sofá,  no local, bem escuro, e aprecio o som com um fone de alta qualidade e sensibilidade. E aqui relato minha experiência com uma faixa.

Clica o play.
  Lingua negra by AiltonSI

(00:05) Ai, meu ouvido *ajusta o volume para mais baixo e escuta tudo de novo*
(01:20) Isso aqui é o quê, alias? I-Doser? Há música?
(01:25) *Pequeno susto espontâneo*
(01:30) Clima legal e
(01:43) Riff do baixo já dando mais um peso. Me sinto agora um ser vivo, que é um perigo biológico. (?)
(02:38) O clima ficando mais pesado e oscilado. Delirios aloks.
(03:31) Ficando mais pesado, e pesado... Isso é como conversar com o Ectasy e ouvir ela, deixando fluir... q
(03:50) RAIRIARIAIRAIRIAIRAR, sons formigando!
(04:35) QUE É ISSO, O SATÃ RUNGINDO
(04:57) *fica agoniado com o sussurro aumentando a tonalidade*
(05:10) Ficando mas fraco, agora estou acordando, acordando...?
(05:37) Um som relaxante e... Me levanto de um transe de curto prazo.

Leio todo esse relatório em cima... Nossa, tão pouco tempo e evidenciei isso?

by Unknown
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