Links e coisas importantes (04/08/2012) - Psicologia

http://www.rodaviva.fapesp.br/materia/403/entrevistados/elizabeth_roudinesco_1999.htm
Entrevista feita pelo Roda Vida, TV Cultura, com Elisabeth roudinesco, importante historiadora, estudiosa, e defensora de Lacan, do ramo psicanalítico.

http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/a_peste_da_psicanalise.html
"A peste da psicanálise". Relato de como a psicanálise é duramente criticada, deturpada e ameaçada por suas oposições, a respeito das crianças que submetem-se a suas terapias, e inclusive de suspeitos casos de "autismo", incluindo a hipermedicalização presente em todo o contexto.

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1000351-psiquiatria-vive-crise-por-falta-de-provas-cientificas-diz-nobel.shtml
Ótima entrevista de Eric Kandel, neurocientista Nobel de Medicina em 2000. Em suas posições acerca da psiquiatria e sua crise, sua invenção do camundongo com 'esquizofrenia', e seu pensamento acerca da memória e a psicanálise.

http://psicologiadospsicologos.blogspot.com.br/
Ótimo blog de meu colega Felipe Strantz, com seus estudos acerca das patologias e do normal, a loucura, encarando com vigor a ortodoxia presente na psiquiatria sobre as ditas "doenças mentais".

http://info.abril.com.br/noticias/internet/facebook-nao-criou-um-novo-tipo-de-relacao-diz-calligaris-21062012-27.shl
Contardo Calligaris e sua concepção psicanalítica acerca das redes sociais e não haver diferença sobre a vida real.

http://metapsicologia.net/
Outro bom site de psicanálise.

http://moveboacheronta.blogspot.com.br/
Blog da professora Mirian, antiga docente da ufal, onde estudo.

http://www.naturalnews.com/Index-Cartoons.html
Tiras em inglês, com críticas perante a indústria farmacêutica em variadas situações do cotidiano e à época da mania da normalização.

http://www.youtube.com/watch?v=M7Eqj6owTRU&feature=relmfu
http://www.youtube.com/watch?v=yb3DMQ8XlBs&feature=relmfu
Entrevista completa de Elisabeth Roudinesco. Video da Univesp.

sábado, 4 de agosto de 2012 by Unknown
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Mono - Follow the Map

Enfim, o que você realmente quer?
Siga o mapa.

terça-feira, 5 de junho de 2012 by Unknown
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Derrida e suas memórias preservadas




" 'Não há nada que me faça gostar mais do que relembrar a minha própria memória', afirmou Jacques Derrida no estudo biográfico feito por ele em 1984. sobre o seu amigo também falecido, o filósofo Paul de Man. Ainda na mesma época, Derrida confessou: 'Eu nunca soube como contar uma história'. Essas duas características estão longe de ser contraditórias para o autor.  Como ele próprio diz sobre si mesmo: 'É exatamente porque mantém a memória que ele perde a narrativa.'
(...)
 Em 1970, a mãe do Derrida morreu de câncer aos 70 anos de idade. No ano seguinte, Derrida retornou a Argélia, pela primeira vez desde a independência do país, dando uma série de palestras na Universidade de Argel. Durante a estada, aproveitou a oportunidade para visitar a vila à beira-mar onde nasceu, seu jardim de infância e muitos outros lugares de sua memória. Sua nostalgia se tornaria ainda mais pungente devido à morte de sua mãe. Referências enigmáticas a esses lugares de seu passado e indicações oblíquas dos seus sentimentos em relação a eles começaram então a aparecer com frequência crescente em sua obra. Mas por que esse esquivamento quando já não tinha nada a esconder? Aparentemente, expressar tais sentimentos de forma direta iria diminuí-los. A vitalidade deles seria limitada somente pela tentativa de abrangê-los em palavras, as quais teriam vivido entre a realidade de suas memórias. Mais uma vez vemos o pharmakon, que tanto cura como envenena, trai e estimula nossa memórias. O pharmakon, ou escritura, é como o coringa, a carta irregular do baralho. Pode não significar coisa alguma. Palavras são diferenças, e não identidade. Deveríamos estar olhando para o quanto as palavras podem significar, não tentando ver o que elas significam. Derrida deseja manter sua memória intactas: a razão para seu intencional esquivamento om relação a sua autobiografia fica clara."

Trecho do livro "Derrida em 90 Minutos"

terça-feira, 15 de novembro de 2011 by Unknown
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Ilustração Nanohikakou

Grande exemplo de arte com claras expressões do sofrimento jovial, ante a afeição, a solidão, com o traço japonês. Nela, também possui serenas e bem aplicadas "teias" (e "veias", e "rizomas") que formam interligações entre personagens e cenários.Nanohikakou também possui desenhos bem humorados. Mas o mais poderoso em suas ideias está aonde seus sentimentos são jogados à suas personagens.




"Em seu coração, dois passaros. Quando um deles morre, o outro entristece, e também morrerá."


"Eu permanecerei aqui..."


Fright flight...
"Hora de voar com as suas próprias asas"


Hides in the deep
"Se escondendo em sua própria casca"


"Ela não se esqueceu de mim..."


"Casada com a dor"


"Pois ela não pode... Subir nas escadas do sucesso."

Rushes Through his veins 
"Seu veneno correndo sobre as minhas veias."



"Quando a sua mente não permanece mais, aqui."


"Não me deixe ir."


"Continue acreditando... Em paz."

domingo, 6 de novembro de 2011 by Unknown
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E o ovo?

O ovo é coisa que precisa tomar cuidado. Por isso a galinha é o disfarce do ovo. Para que o ovo atravesse os tempos a galinha existe. Mãe é para isso. – O ovo vive foragido por estar sempre adiantado demais para a sua época. – O ovo por enquanto será sempre revolucionário. – Ele vive dentro da galinha para que não o chamem de branco. O ovo é branco mesmo. Mas não pode ser chamado de branco. Não porque isso faça mal a ele, mas as pessoas que chamam ovo de branco, essas pessoas morrem para a vida. Chamar de branco aquilo que é branco pode destruir a humanidade. Uma vez um homem foi acusado de ser o que ele era, e foi chamado de Aquele Homem. Não tinham mentido: Ele era. Mas até hoje ainda não nos recuperamos, uns após outros. A lei geral para continuarmos vivos: pode-se dizer “um rosto bonito”, mas quem disser “O rosto”, morre; por ter esgotado o assunto.

(Trecho de "O Ovo e a Galinha", Clarice Linpector.
PS: Obviamente que um trecho não explica o significado definitivo deste texto, que nem mesmo ela entendeu, e nem pareceu querer entender. Nem eu. Motivos sensatos.)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011 by Unknown
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Ilustração Agnes Cecile

Link:
http://agnes-cecile.deviantart.com/


Antimonocromatismo
"Onde estã as minhas cores?"


I don't need of anybody


In these hands


Be consumed by anything 



Drawing Restraint II


Esplosione


Glorious wounds


La nostra infinita abnegazione


Lines hold ther memories


Quando encontri un angelo


Sorridi 

This little noise


Unhealthy Pain


Volonta di violenza


Cicatrici

domingo, 9 de outubro de 2011 by Unknown
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Infância de Deleuze (Trecho do Abecedário)





Entrevistadora: Para fechar a infância, senão não terminamos nunca, a sua parece ter tido pouca importância para você. Você não fala dela e nem é uma referência. Temos a impressão de que a infância não é importante para você. 


Gilles Deleuze: Sim, claro. É quase em função de tudo o que acabo de dizer. Acho que a atividade de escrever não tem nada a ver com o problema pessoal de cada um. Não disse que não se deve investir toda a sua alma. A literatura e o ato de escrever têm a ver com a vida. Mas a vida é algo mais do que pessoal. Na literatura, tudo o que traz algo da vida pessoal do escritor é por natureza desagradável. É lamentável, pois o impede de ver, sempre o remete para seu pequeno caso particular. Minha infância nunca foi isso. Não é que eu tenha horror a ela! Mas o que me importa, na verdade, é como já dizíamos: "Há o devir-animal que envolve o homem e o devir-criança". Acho que escrever é um devir alguma coisa. Mas também não se escreve pelo simples ato de escrever. Acho que se escreve porque algo da vida passa em nós. Qualquer coisa. Escreve-se para a vida. É isso. Nós nos tornamos alguma coisa. Escrever é devir. É devir o que bem entender, menos escritor. É fazer tudo o que quiser, menos arquivo. Respeito o arquivo em si. Neste caso, sim, quando é arquivo. Mas ele tem interesse em relação a outra coisa. Se o arquivo existe é justamente porque há uma outra coisa. E, através do arquivo, pode se entender alguma coisinha desta outra coisa. Mas a simples idéia de falar da minha infância — não só porque ela não tem interesse algum — me parece o contrário de toda a Literatura. Se me permite, vou ler uma coisa que já li mil vezes e que todos os escritores já disseram. Mas vi este livro ontem, eu não o conhecia. É de um grande poeta russo, Mandelstam. Eu o estava lendo ontem. 


Entrevistadora: Ele tem um nome lindo, poderia dizê-lo. 


Gilles Deleuze: Sim, é Ossip. Nesta frase, ele diz... É o tipo de frase que me transtorna. E o papel do professor é este: comunicar e fazer com que crianças apreciem um texto. Foi o que Halbwachs fez por mim. Ele diz que não entende que alguém como Tolstoi se apaixone por arquivos familiares. Ele continua. 


"Eu repito: a minha memória não é amor, mas hostilidade. Ela trabalha não para reproduzir, mas para afastar o passado. Para um intelectual de origem medíocre, a memória é inútil. Basta-lhe falar dos livros que leu e sua biografia está feita. Dentre as gerações felizes, onde a epopéia fala através de hexâmetros e crônicas, para mim, parece um sinal de pasmaceira. Entre mim e o século, há um abismo, um fosso repleto de tempo fremente. O que queria dizer a minha família? Eu não sei. Era gaga de nascença e, no entanto, tinha algo a dizer. Sobre mim e muitos dos meus contemporâneos, pesa a gagueira de nascimento. Aprendemos não a falar, mas a balbuciar. Foi só quando demos ouvidos ao barulho crescente do século e fomos embranquecidos pela espuma de sua crista que adquirimos uma linguagem".


Para mim, isso quer dizer que... Quer dizer de fato que escrever é mostrar a vida. É testemunhar em favor da vida, dos idiotas que estão morrendo. É gaguejar na língua. Fazer literatura apelando para a infância é tornar a Literatura parte de seu caso particular. É fazer literatura barata, são os best-sellers. É realmente uma porcaria. Se não se leva a linguagem até o ponto em que se gagueja — o que não é fácil, pois não basta gaguejar assim — , se não se vai até este ponto. Na Literatura, de tanto forçar a linguagem até o limite, há um devir animal da própria linguagem e do escritor e também há um devir criança, mas que não é a infância dele. Ele se torna criança, mas não é a infância dele, nem de mais ninguém. É a infância do mundo. Os que se interessam pela sua própria infância que se danem e que continuem a fazer a Literatura que eles merecem. Se há alguém que não se interessa por sua própria infância, este alguém é Proust. A tarefa do escritor não é vasculhar os arquivos familiares, não é se interessar por sua própria infância. Ninguém se interessa por isso. Ninguém digno de alguma coisa se interessa por sua infância. A tarefa é outra: devir criança através do ato de escrever, ir em direção à infância do mundo e restaurar esta infância. Eis as tarefas da Literatura.

by Unknown
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